Eu sou ao mesmo tempo uma pessoa simples e também muito complicada. Tanto posso seguir com a maré, como ser eu o mar revolto. Tanto posso sorrir à chuva, como ser eu própria a tempestade.
A inconstância sorri-me. E eu? Depende do dia…
Como se pode conhecer uma pessoa que muda todos os dias, várias vezes dentro do mesmo? Como se consegue prever uma pessoa imprevisível? Como se pode amar quando se tem medo do desconhecido?
E se há dias em que o silêncio é o meu melhor amigo, há outros em que o mesmo me corta a garganta, como se uma voz cá dentro quisesse fugir, berrar. E se há dias em que o sol alimenta a minha alma, há outros em que o nevoeiro é toda a minha calma.
Simplesmente complicada… vivo, tento compreender-me, conhecer-me, a cada dia. E no dia seguinte a batalha recomeça. Que ciclo vicioso. Que eu perpetuo, porque talvez, e só talvez, chegue o dia em que a paz interior reine e a simplicidade seja perfeitamente complicada.